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sexta-feira, 11 de dezembro de 2009



(desconhecido)

A noite estava chegando. O dia fora mais exaustivo que os demais. Depois de um dia inteiro sob o sol escaldante ao cair da noite um vento gelado começava a soprar, o pastor ajeitou sua túnica para proteger-se do frio que chegava com a noite. Um pouco mais e estaria ele descansando do trabalho árduo daquele dia. Parecia-lhe que aquele dia fora o mais cansativo desde que tomou para si a tarefa de pastorear. Mas agora faltava pouco. Uma a uma, lentamente as ovelhas adentravam no aprisco para repousarem. Ele permanecia junto a porta, contando o rebanho a medida que passavam por ele. Uma, duas três...

Há tempos que ele não tinha de enfrentar um lobo. Talvez por isto ter acontecido hoje, é que tenha tornado o dia tão árduo. Enquanto guiava seu rebanho até um regato de águas cristalinas, pacientemente através de uma estreita passagem na montanha, cuidando para que nenhuma deslizasse para o precipício, um lobo voraz espreitava por entre as rochas. O Pastor ia adiante das ovelhas que seguiam em fila indiana por ser estreito o caminho, o lobo então fez sua presa. Escolheu uma ovelha frágil e atacou. O rebanho ao ouvir o grito assustado da ovelha, entra em pânico. O pastor precisou ser rápido, pois se não o fosse, aquelas que o lobo não mataria com seus dentes, morreriam na queda dos desfiladeiro. Tomou pois, seu cajado, e com coragem avançou para o lobo, deu -lhe fortes golpes, mas isto não foi suficiente para espanta-lo. Furioso o lobo abandona sua vítima, e se lança sobre o pastor e o derruba tentando-lhe atingir o pescoço com suas mandíbulas afiadas. Nesta posição o cajado lhe era inútil, com uma mãos o Pastor segurava firmemente no pescoço do lobo impedindo assim que este alcance seu pescoço dando o golpe fatal, com a outra mão procurava desesperado algo para golpear o lobo. Encontrou por fim uma pedra suficientemente grande, e acertou em cheio na cabeça do lobo, que caiu morto ao seu lado. As ovelhas assistiram a tudo paralisadas de medo acuadas contra a parede dos desfiladeiro balindo sem cessar. O Pastor e a ovelha estão sangrando, mas estão vivos.

A chegada ao regato foi um alívio tanto para ovelhas como para o pastor. Depois de saciarem a sede as ovelhas precisavam de descanso. Então o Pastor as conduziu até um campo verdejante, entre as montanhas, onde a relva que serviria de saboroso pasto para as ovelhas era agitada pela brisa das montanhas. Mas o perigo não havia cessado. O Pastor bate vigorosamente seu cajado por entre o pasto para afugentar serpentes venenosas. Só então quando o terreno está livre de perigos é que ele permite que s ovelhas pastem e descansem. Cansado e ferido ainda não se preocupou consigo, primeiro buscou as ovelha que o lobo feriu e passou curativo em seus ferimentos. e a consolou em seus braços.

Oitenta e um, oitenta e dois, oitenta e três... A brisa se torna em vento, anunciando que próxima está uma tempestade. um dia duro, difícil de ser esquecido, mas chegando ao fim. Cansado, faminto e ferido, o Pastor aguarda ansioso a entrada da última ovelha, pois almeja nesta hora o repouso mais do que o ouro.

Noventa e sete, noventa e oito, noventa e nove. Esta faltando uma ovelha. Isso não, hoje não. A tempestade chega. Forte e implacável. Noventa e nove ovelhas estão abrigadas e aquecidas. Mas falta uma! O pastor cansado ferido e faminto sabe que lá fora em algum lugar do caminho no meio da tempestade, está uma ovelha perdida e assustada, que se não for buscada, não encontrará o caminho do aprisco jamais, e logo será atacada pelos lobos. O pastor cansado ferido e faminto tem noventa e noves ovelhas seguras, e uma apenas uma perdida, talvez uma ovelha teimosa, desobediente de suas ordens, perdida no meio da tempestade. O que fazer? O que você faria? Enfrentar todo o caminho novamente, na escuridão, em meio a tremenda tempestade, ele quase sem forças, por causa de uma única ovelha? Como explicar o amor?

O Pastor tranca o rebanho no aprisco. Toma seu cajado e uma lamparina, protege-se como pode da fúria da tormenta, e sai a procura da ovelha extraviada. Com que dificuldade percorre o caminho, e com que ansiedade de encontrar sua ovelha, que agora é para ele a mais importante de todas. Vai chamado por ela na esperança que ouça sua voz, teme que os lobos a tenham encontrado primeiro. Corre, fere os pés nas pedras. As forças estão se esgotando, chega a um lugar sombrio. Um lugar deserto íngreme, rodeado de montanhas escapardas, que mesmo durante o dia mantém o vale sombrio, um lugar chamado por todos os pastores de ovelhas como O VALE DA SOMBRA DA MORTE., um lugar de terror e morte, covil de lobos vorazes. As sombras terrivelmente negras quase engolem a luz de sua lamparina, o uivo dos lobos penetra em sua alma. Sente-se enfraquecido mas sente também que não pode abandonar sua ovelha num lugar tão cruel. Chama por ela. Finalmente ela ouve sua voz. E bale em desespero. Durante o dia distraiu-se ela com as coisas ao seu redor, foi ficando para trás do rebanho, deixou de escutar a voz do Pastor, desviou-se do caminho e se perdeu. Buscou encontrar o rebanho novamente mas não conseguiu. Perdida chegou até ali. O Pastor encontra sua ovelha, uma jovem ovelha, caída num despenhadeiro, enroscada num arbusto espinhoso que lhe feria as carnes, o pastor precisa ser cuidadoso, pois se não o for, tanto ele quanto a ela, podem vir rolar despenhadeiro abaixo direto para a morte. Agarra-se no que pode e com o corpo todo esticado alcança sua ovelha com o seu cajado e a traz para junto de si.

Coloca-a sobre os ombros e pôe-se ao caminho do aprisco. A alegria de ter reencontrado sua ovelha perdida é tanta que já nem sente que está ainda mais cansado ferido e faminto.

Chega finalmente em casa e cheio de alegria por ter encontrado sua ovelha outrora perdida reúne todos amigos e vizinhos e faz uma grande festa para comemorar a volta daquela que para ele agora é a mais preciosa das ovelhas, mais preciosa que sua prórpria vida!

O pastor de ovelhas oriental é conhecido por seu dedicação ao rebanho. O que mais impresssiona é o fato dele conhecer cada uma de suas ovelhas individualmente.. Nos tempos bíblicos o pastor recolhia as ovelhas ao aprisco e dormia junto a porta para evitar que uma de suas ovelhas pudessem fugir, ou impedir a entrada do lobo. Enfrentado o calor do dia e a geada da noite, defendendo com risco da própria vida suas ovelhinhas de ferozes animais.Tendo de atravessar estreitas passagens nas montanhas conduzindo o rebanho com muito cuidado por estes caminhos perigosos a fim de procurar incessantemente pasto verdejante para alimenta-las e águas cristalinas para saciar-lhes a sede. Ungindo com óleo as feridas das mordidas do lobo, socorrendo aqui e ali suas ovelhas cansadas e carregando no colo aquela que não consegue acompanhar o passo das demais. Todo esse envolvimento criava um grande apego entre o rebanho e o pastor, ao ponto das ovelhas reconhecerem a sua voz, e não se deixar guiar por nenhum outro.

Foi Pensando nisso que Jesus disse: [B]"Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Jô 10:11"
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